Hoje continuei a ver o dia cinzento. Lá fora continuava a chover E o frio fazia gelar cada gota de chuva Que caía desamparadamente no chão
O vento… Bem, o vento abanava tudo por onde passava, E levava o que de frágil encontrava. Levava pelo ar, para longe… Para bem longe… Tão longe que seria impossível voltar.
Mas a dor… Bem, a dor que me consome não conseguiu levar Passou por ela e como que não a vendo Ignorou-a… Deixou-a ficar no sítio onde não faz falta Onde não é desejada Muito menos acarinhada.
Ela continua a me abraçar E a me levar pelo sabor da amargura, Tirando-me o paladar desta vida... Que sempre passa por mim e me estende o braço Para a acompanhar, para com ela lutar… Mas…
A prisão é sufocante, Impede-me de tentar, De me libertar do sofrimento, Que lentamente se torna desesperante.
O meu dia tornou-se cinzento, Sombrio e sem uma luz capaz de iluminar A escuridão que cobriu o alcance da minha visão, O brilho do meu olhar e que amedrontou a cor do meu coração.
Hoje calmante observo a chuva a cair E o vento a mudar toda a paisagem, Dando-lhe uma nova cara, uma nova vida. E eu… Eu continuo calmamente a pedir Que o vento repare em mim, Que sopre com toda a sua força E que faça este sentimento de mim se distanciar… Para bem longe... Tão longe, que seja impossível voltar. |
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