quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Tormentos

Tenho a existência assombrada pela escuridão irreal, inexistente.
Escuridão que criei.
Fechei-me num espaço escuro, espaço fundo, sem fim.
Prendi-me à ilusão de um frustrado coração, que não pensa, que não sente.
Agora não sei como sair ou apenas conseguir que tudo seja um pouco mais fácil de suportar.
Um olhar, uma mão para ajudar, bastava.
Procuro por alguém mas não sei quem; talvez outra invensão por temer a solidão.
A verdade é que estou sozinha e lamento a falta de capacidade para encontrar uma saída.
É assim! É assim que deve ser.
Foi o que eu própria desejei, idealizei.
Onde estás é lugar onde posso procurar?
Imploro por um salvador que me acalme a dor.
Isto não foi planeado ou sequer imaginado.
A verdade é que preciso de alguém e sei bem quem.
Tu que estás aí, que te esforças por ouvir.
Estás disposto a ser cruxificado por quem não tem amor, por quem não sabe amar?
Porque tudo o que eu quero, agora sei, és tu e o teu brilho natural, com palavras doces e expressão de quem não faz mal.
Tu, com todos os defeitos e virtudes num baile onde não há música.
Tenho o pensamento preso a ideias não pensadas que sem custo são reveladas.
Tudo isto sem necessidade; aparente desilusão com alguma realidade.
Tenho a alma desfeita por não ter consciência daquilo que peço, da minha preferência.
Agora imploro para ser livre e não ter que voltar atrás, apenas quero sair deste buraco ou saber que sou capaz.
Nada disto foi planeado, escrito ou contado.
Não consigo! É difícil sair do esquecimento perdido.
Podes ser o meu salvador, anjo da guarda e ser superior?
A verdade é que a solidão é pesada...
Descobri que sem ti sou menos do que nada!
Permites-me relatar os acontecimentos, abrir o coração, confessar os sentimentos?
É que olho à minha volta e não te consigo ver, então chegam as lágrimas e o desejo de morrer.
Porque tudo o que eu quero és tu com o brilho no olhar, um sorriso infindável, braços abertos para me abraçar.
Tudo o que eu quero és tu e a capacidade de compreender, tu e só tu porque não me fazes sofrer.
Fui feita para partir, estilhaçar...
Vou desfazer-me em mil bocados impossíveis de colar!

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